quarta-feira, 5 de junho de 2013



Mudanças ambientais na História da Terra e evolução da espécie humana

Regressão marinha – recuo do mar relativamente à linha de costa. Durante a mesma dá-se a formação de sequências sedimentares negativas ou inversas. Devido ao recuo do mar verifica-se a deposição de materiais mais finos com progressiva deposição de materiais mais grosseiros.


Transgressão marinha – Avanço do mar relativamente à linha da costa. Resultam de depósitos sedimentares cuja sequência estratigráfica é denominada normal ou positiva. Ou seja, sedimentos mais finos no topo e mais grosseiros na base.




Devido às variações do nível médio da água do mar podem observar-se terraços marinhos ou “praias levantadas”, ou seja, níveis de praias elevados, que correspondem a vestígios de antigas praias, relacionados com níveis do mar superiores aos atuais.

Terraços fluviais ou degraus de depósitos – zonas em que o encaixe do rio, provocado pelo rejuvenescimento, faz com que os depósitos (que constituíam a antiga planície), fiquem elevados em relação ao novo leito.
  
Com a contínua repetição de vários ciclos de erosão, podem originar-se diferentes níveis de terraços fluviais. Assim sendo, estes são tanto antigos quanto mais elevados se encontram.
Exemplos portugueses, rio Douro, Tejo e no Guadiana.






     Mudanças climáticas e evolução do Homem

Hominização - Processo através do qual os primeiros hominídeos se foram progressivamente diferenciando, adquirindo características que os distinguiam dos outros primatas.

Tema III




A Terra antes do aparecimento do Homem. Paleoclimas e dinâmica litosférica

          Glaciares:


Os glaciares são massas que se originam à superfície terrestre devido à acumulação, compactação e recristalização da neve, (os cristais da neve apresentam uma densidade reduzida, próxima de 0,1).





Nevado - Neve recristalizada de aspeto granular, mais compactada e com maior densidade (na ordem de 0,5 e 0,6). O nevado dá-se quando as temperaturas permanecem abaixo do ponto de congelação.







 Gelo glaciário - Acumulação dos cristais de gelo que se vão amontoando, formando camadas cuja espessura pode ser superior a 50 metros e que após consolidação torna o nevado numa massa sólida. Contudo este gelo ainda retém algumas bolhas de ar, sendo a sua densidade cerca de 0,8.








Tipos de Glaciares:

Calotes polares ou inlandsisSão grandes massas de gelo que cobrem permanentemente, e quase por completo, o relevo sobre o qual se depositaram. São a origem dos icebergues (grandes massas de gelo que atingem o mar).
Exemplo: Gronelândia e Antárctida
Icebergue


Calote Polar















Glaciares de MontanhaMassas de gelo que não cobrem por completo a topografia da região, estando limitadas por paredes rochosas escarpadas. Localizadas em zonas de grande altitude.











Nestes podemos distinguir:

- Glaciar de vale ou Alpino;                                  - Glaciar de circo ou Circo;





       Ação modeladora dos Glaciares:

- Locais de Ablação - Zonas onde se verifica o desgaste dos glaciares (perda de massa);
- Zonas de Acumulação - Zona superior onde o nevado se acumula;
- Crevasses – Fendas superficiais perpendiculares à língua glaciária.



Na ação modeladora de um glaciar atuam dois mecanismos:

v Abrasãodurante o seu deslocamento sobre o substrato rochoso, conjuntamente com os fragmentos que transporta e funcionam como um abrasivo, vai alisando e polindo a superfície que constitui o leito. Durante a abrasão ocorre uma pulverização das rochas, originando-se sedimentos de granolumetria muito fina, com aspeto argiloso.

v Arranque de fragmentos

Rochas aborregadas - Saliências rochosas do leito glaciário com forma arredondada pela ação modeladora do glaciar.

Perfil típico em “U” com vertentes muito inclinadas, devido ao poder erosivo das línguas glaciárias, durante o seu deslocamento.
        Exemplo: Zêzere, na Serra da estrela


Torrente subglaciária – Corrente de água, sempre presente num glaciar de montanha. (Nos glaciares de montanha do tipo alpino o gelo começa a fundir logo que atinge um certo limite de altitude.)


Tilitos – Rochas sedimentares resultantes da compactação e cimentação de sedimentos depositados diretamente pelo gelo glaciário. Não apresentam estratificação, têm uma granoclassificação pobre e clastos muito angulosos.

Blocos erráticosSão os blocos de grandes dimensões que foram transportados por glaciares r que se encontram incluídos nos tilitos ou livres na superfície de terrenos de fraco declive. Apresentam, em regra, uma litologia ou conteúdo fossilífero muito diferente das formações geológicas sobre as quais se encontram.




Moreias Por vezes os tilitos formam acumulações significativas de tal modo que numa região após o recuo do glaciar se originam aspectos geomorfológicos característicos.


Quatro tipos de Moreias:

            - Moreia Lateral (Acumulação de tilitos que ocorrem paralelos às paredes do vale glaciário);


         - Moreia Central ou Mediana (Origina-se quando duas línguas glaciárias se unem, passando a língua resultante a conter o conjunto de tilitos que antes eram transportados lateralmente por cada uma das línguas, agora localizadas na zona mediana do glaciar);


         - Moreia Frontal (Acumulação de tilitos formada na região terminal do glaciar. Estes relevos são frequentes quando se atinge um estádio de equilíbrio entre fenómenos de ablação e de acumulação do gelo glaciário);


         - Moreia de Fundo (Acumulação suavemente ondulada que se produz como consequência do recuo do glaciar).





              Paleoclimas

Para a identificação dos Paleoclimas da Terra podem ser utilizados vários métodos, sendo que um destes consiste na determinação da composição isotópica do oxigénio que pode ficar aprisionado sob a forma de bolhas gasosas no gelo glaciário, ou como elemento constituinte da molécula de água.
Dois isótopos estáveis de oxigénio (não entram em reações de desintegração, ou seja, não se transformam noutros elementos químicas):

-Oxigénio-16 (isótopo mais abundante – 99,8%)
-Oxigenio-18 (isótopo mais pesado)

Sabe-se que o isótopo mais pesado é mais abundante nas precipitações dos períodos quentes e menos abundantes nos períodos mais frios, ou seja, quanto mais elevada a temperatura maior a quantidade do isótopo Oxigénio-18.


Mecanismos que influenciam as variações climáticas:

Fatores fundamentais que podem explicar o aparecimento de uma glaciação:

                De Natureza Geológica:

- Posição dos continentes durante a época glaciária;
- Descida do nível das águas dos oceanos, acompanhada de um levantamento continental;
- Intensa atividade vulcânica;

                Fatores Astronómicos:

- Diminuição da quantidade de energia solar que alcança a Terra. 



Segundo Milutin Milankovitch, as variações periódicas da energia solar recebida pela Terra, essencialmente nas zonas polares, seriam suficientes para criar no planeta períodos glaciários e períodos mais amenos ou interglaciários.