Ação
modeladora dos Glaciares:
- Locais de Ablação
- Zonas onde se verifica o desgaste dos glaciares (perda de massa);
- Zonas de Acumulação
- Zona superior onde o nevado se acumula;
- Crevasses –
Fendas superficiais perpendiculares à língua glaciária.
Na ação modeladora de um glaciar atuam dois mecanismos:
v Abrasão
– durante
o seu deslocamento sobre o substrato rochoso, conjuntamente com os fragmentos
que transporta e funcionam como um abrasivo, vai alisando e polindo a
superfície que constitui o leito. Durante a abrasão ocorre uma pulverização das
rochas, originando-se sedimentos de granolumetria muito fina, com aspeto
argiloso.
v Arranque de fragmentos
Rochas
aborregadas - Saliências
rochosas do leito glaciário com forma arredondada pela ação modeladora do
glaciar.
Perfil típico em “U”
com vertentes muito inclinadas, devido ao poder erosivo das línguas glaciárias,
durante o seu deslocamento.
Exemplo:
Zêzere, na Serra da estrela
Torrente subglaciária – Corrente
de água, sempre presente num glaciar de montanha. (Nos glaciares de montanha do
tipo alpino o gelo começa a fundir logo que atinge um certo limite de
altitude.)
Tilitos – Rochas sedimentares resultantes da compactação e cimentação de sedimentos depositados diretamente pelo gelo glaciário. Não apresentam estratificação, têm uma granoclassificação pobre e clastos muito angulosos.
Blocos
erráticos – São os
blocos de grandes dimensões que foram transportados por glaciares r que se
encontram incluídos nos tilitos ou livres na superfície de terrenos de fraco
declive. Apresentam, em regra, uma litologia ou conteúdo fossilífero muito
diferente das formações geológicas sobre as quais se encontram.
Moreias
– Por
vezes os tilitos formam acumulações significativas de tal modo que numa região
após o recuo do glaciar se originam aspectos geomorfológicos característicos.
Quatro tipos de Moreias:
- Moreia Lateral (Acumulação de tilitos
que ocorrem paralelos às paredes do vale glaciário);
- Moreia Central ou Mediana (Origina-se quando duas línguas
glaciárias se unem, passando a língua resultante a conter o conjunto de tilitos
que antes eram transportados lateralmente por cada uma das línguas, agora
localizadas na zona mediana do glaciar);
- Moreia Frontal (Acumulação
de tilitos formada na região terminal do glaciar. Estes relevos são frequentes
quando se atinge um estádio de equilíbrio entre fenómenos de ablação e de
acumulação do gelo glaciário);
- Moreia de Fundo (Acumulação
suavemente ondulada que se produz como consequência do recuo do glaciar).
Paleoclimas
Para a identificação dos Paleoclimas da Terra podem ser utilizados vários métodos, sendo que um destes consiste na determinação da composição isotópica do oxigénio que pode ficar aprisionado sob a forma de bolhas gasosas no gelo glaciário, ou como elemento constituinte da molécula de água.
Dois isótopos estáveis de oxigénio (não entram em reações de desintegração, ou seja, não se transformam noutros elementos químicas):
-Oxigénio-16 (isótopo mais abundante – 99,8%)
-Oxigenio-18 (isótopo mais pesado)
Sabe-se que o isótopo mais pesado é mais abundante nas precipitações dos períodos quentes e menos abundantes nos períodos mais frios, ou seja, quanto mais elevada a temperatura maior a quantidade do isótopo Oxigénio-18.
Mecanismos que influenciam as variações climáticas:
Fatores fundamentais que podem explicar o aparecimento de uma glaciação:
De Natureza Geológica:
- Posição dos continentes durante a época glaciária;
- Descida do nível das águas dos oceanos, acompanhada de um levantamento continental;
- Intensa atividade vulcânica;
Fatores Astronómicos:
- Diminuição da quantidade de energia solar que alcança a Terra.
Segundo
Milutin Milankovitch, as variações periódicas da energia solar recebida pela
Terra, essencialmente nas zonas polares, seriam suficientes para criar no
planeta períodos glaciários e períodos mais amenos ou interglaciários.
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